10.08.2018

O QUE VEJO ME ASSUSTA





Já vi tanta gente chorando hoje por falta de amor, falta de apoio e de compreensão.
Já vi tanta gente brigando por medo de admitir que estava errado, que o outro tinha razão.
Já vi tanta gente levantando bandeira de paz, enquanto outros levavam um rifle na mão.
Já vi tanta gente humilde, nordestina, brasileira, sendo fruto de humilhação.

Mas o que eu queria ver de verdade era um debate saudável cheio de amor e união.
O que eu queria ouvir de verdade era que os brancos, nulos, indecisos resolveram dar a mão.
Não se trata de ser petista ou cirista, nordestino ou magnata ou de se achar um bom cristão.
Trata é de colocar a mão na consciência e ver tudo o que conquistou com orgulho no coração.

Já vi tanta gente sofrendo por falta de estudo, por falta de uma mãe, por falta de respeito.
Já vi tanta “fraquejada” forte lutando para que seus filhos tivessem um pouco mais de direito.
Já vi tanta gente calada achando que silenciar irá apagar essa dor que nos maltrata.
Já ouvi muito discurso de ódio, mas hoje eu grito mais alto, não voto em quem diz para quem amo: mata!

Sei que minhas palavras podem parecer folhas caídas e levadas pelo vento.
Sei que dirão que me deixei levar pela emoção, pelo calor do momento.
Mas, eu sonho com um país livre de preconceito, livre de guerras e de armamento.
Eu sonho com um país que saiba discernir o que é mais que um movimento.

Sonho com um país que não fique sentado enquanto os outros começam a se matar.
Sonho com um país que não precise se dividir para aprender a ter esperança.
Sonho com um país que saiba diferenciar discurso de ódio de discurso de mudança.
Sonho com redes sociais que aproximam ao invés de aumentar a nossa distância.

Luciana Braga
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