9.17.2018
O amor corre o risco de exigir do amado mais do que ele pode
ser.
É fantasia acreditar que existe alguém completamente
perfeito por aí.
Até mesmo os deuses possuíam suas fraquezas por mais que não
admitissem.
O amor corre o risco de sufocar a pessoa amada por não
aceitar que ela parta.
É ilusório sequer pensar que tal sentimento é infinitamente
bom e belo.
A gente nem sabe o que é bom pra gente e beleza é tão
relativo.
O amor corre o risco de arrancar da história parcelas de culpa
que não deveriam existir.
O tempo é tão curto para vivermos alimentando monstros
interiores.
Amar é difícil demais, sobretudo se pensarmos que somos
capazes de amar como Deus.
Ah, o amor corre o risco de ser empurrado por um
despenhadeiro porque nos fez sentir.
É loucura não admitir que inexiste operações para corações
partidos na subjetividade.
Temos tanta liberdade, mas nos mantemos presos a conceitos
pré-estabelecidos, receitas de amor.
Deixe-o ir, por favor. Amar é complexo demais para que
tenhamos que ameaçá-lo pra ficar.
Vamos deixar de olhar para nós mesmos e buscarmos algo que
nos transborde.
Essa história de incompletude é por demais antiga, mas o
igual ainda me atrai.
Ei, o amor pulou e saiu voando sem pedir sua permissão.
Aceite o que a vida entregou em suas mãos para cuidar com
carinho.
Quanto ao amor que escorre entre os dedos? Deixe-o seguir
seu próprio fluxo.
Luciana Braga