6.02.2016

SOZINHA



De novo sozinha no quarto escuro com o simples consolo de canções melodramáticas
Odeio àquelas pessoas que ficam sorrindo para mim tentando ser simpáticas
Eu não tenho obrigação de estar bonita todos os dias, às vezes eu simplesmente existo
Não compreendo porque tenho que continuar lutando, mas em nome do amor persisto.

De novo sozinha no meu quarto escuro, apenas com o consolo das lembranças de outrora
Às vezes sinto que a vida já passou, já não faz sentido os anos, os meses, os dias, as horas
Não gosto quando as pessoas me cobram um comportamento puritano demais
Existem homens que se acham, que se exaltam, mas na hora H nenhum me satisfaz!

De novo sozinha no meu quarto escuro, coberta com um fino e indiscreto cobertor
Da vida não levo mais o brilho, pois só enxergo tristeza, solidão, preconceito e horror
Parem de tentar moldar minha vida e se preocupar com meu futuro; eu mesma nem ligo mais
Estou farta de olhar para as ondas do mar e chorar quietinha pelo que ficou para trás.

De novo sozinha no meu quarto escuro, enxergando apenas a luz da lua pela janela
Sinto falta daquele que um dia disse para mim que a vida era uma peça bonita e singela
Lamento apenas que ele tenha mentido, pois o espetáculo é bem mais complicado
Mulheres se anulam simplesmente para dizer para todos que possuem alguém do lado.

Enquanto isso, tomo meu vinho, como meu chocolate e no momento me sinto realmente feliz
Confesso que essa não é a vida que sonhei; esses não são os dias que eu sempre quis
Mas, poderia estar pior, poderia estar casada contigo, gorda, mãe, pobre e abandonada
Não temo a solidão, pois estranhos desejos ainda me aquecem no meio da madrugada.


Luciana Braga
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