6.09.2013

BASTA EU TENTAR AMAR






Enquanto todos saem para dançar, eu fico aqui trancada nesse quarto escuro, mas nem sempre foi assim. Ouço declarações de amor por toda volta.  Vejo casais se abraçando na minha porta, na televisão, no cinema e no meu pensamento. Vejo o amor nos livros, nas estrelas, menos dentro de mim. Sinto-me mais sozinha que a própria solidão. Será possível tanto abandono assim?
Todos estão sorrindo e declarando o seu amor pelos quatro cantos da terra, mas eu não o sinto, embora tenha a certeza que posso senti-lo mais que todos. Sim, eu sei que eu posso se eu tentar.
Aprendi que o amor não existe no outro, mas dentro de nós e que é preciso arriscar. Aprendi que não preciso estar namorando para ser feliz. É que nessa época, tudo parece tão mais impossível... E quando os sorrisos alheios ficam evidentes é como se as nossas lágrimas fossem mais notáveis de repente.
É comum perguntarem-me o que é o amor. É tão difícil responder a essa pergunta, porque não posso explicar algo que nunca senti. No entanto, eu sempre arrisco. Penso que o amor é o encontro de dois corpos trêmulos e emocionados com o desejo mútuo. O amor é a saudade apesar da recente presença. O amor é a minha essência, embora eu não saiba muito bem defini-lo.
 Para falar a verdade, creio que o amor de verdade não pode ser definido. O amor de verdade nunca é vencido. O amor é pleno por existir. Ele nos faz elaborar planos extraordinários. O amor é o único capaz de me fazer querer arriscar a viver, porque eu penso que apenas existo.
O amor é essa incógnita. É mesmo uma indecisão. O amor é mais forte que uma simples paixão. Às vezes, confundimos o amor com a amizade, mas para falar a verdade, nada é comparável ao amor. Nada o ultrapassa nem tem mais valor.
O amor é o único capaz de curar as minhas feridas. E se eu tentar, eu sei que posso amar. Se eu tentar, sei que posso sentir. Basta eu tentar ser feliz. E quem sabe eu tente por você. Quem sabe, eu tente com você.

Luciana Braga
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