6.06.2013

UM INFINITO EM MIM





Enxergar o seu rosto em meus sonhos, ainda não é ver você. Abraçá-lo forte quando o encontro, ainda não demonstra todo o prazer que eu sinto com a sua presença. É necessário muito mais para demonstrar tudo o que eu estou sentindo.
E saiba que palavras não são capazes de explicar. Gestos também não descrevem os meus sentimentos. Os meus olhares estão sempre desviando dos seus, então você não é capaz de perceber o que está diante dos teus olhos. A verdade é que estou te amando da maneira mais absurda e anormal que existe.
Estranho amor esse meu que quando toca, fere. E quando fere não é capaz de cuidar. Eu sei, é mesmo muito estranha essa minha forma de amar. Mas, o amor é tudo o que eu aprendi nessa vida. O pior é que eu não sei nada sobre o amor.
Eu sou a pura contradição. Sou um barco navegando sem direção. Sou um sol que brilha sem iluminar. Sou mesmo essa forma estranha de amar. Sou um sorriso infantil. Sou uma criança que clama por colo. Sou alguém que esqueceu para aonde queria ir. Sou aquela que desaprendeu a sentir aos pouquinhos. É que quando eu sinto vem sempre tudo de uma única vez.
 E tudo aquilo que você me fez ainda dói muito aqui dentro. Cada lágrima, cada grito, cada decepção. Você me tirou a certeza que eu tinha sobre sentir. Foi você quem me ensinou a fugir. Foi você quem me mostrou as consequências de desistir. Foi você que me fez querer morrer dormindo. Você é o culpado por tudo o que eu continuo sentindo. Você é o responsável por eu não ser capaz de me entregar a uma paixão. Você foi aquele que quebrou o meu coração.
No entanto, agora eu estou tentando montar os pedaços. Eu estava conseguindo, então você reaparece e tenta confundir a minha mente outra vez. Contudo, apesar do perdão, a minha mente não consegue esquecer tudo o que você fez. E mesmo eu sabendo que nunca soube dizer a outra pessoa um eu te amo, a não ser a você. Eu não quero sofrer novamente. Eu quero manter distância de você.
Eu não quero acordar pensando qual a mentira que você me contará hoje. Não quero abraçá-lo e perceber que o seu cheiro já não é o mesmo. Não quero beijá-lo e imaginar em quem você está pensando no momento. Eu sei que guardo ainda muito rancor e ressentimento.
O problema é que doeu muito, sabia? Você nunca me perguntou como eu me senti. Você nunca se importou com os meus pensamentos. O seu ego enorme só deixava você enxergar a si próprio. Mas, eu sofri muito, sabia? E ainda sofro, porque o seu fantasma não sai da minha mente. Ainda sofro porque penso que todos são iguais a você. Ainda sofro porque você nunca me deixa te esquecer.
E mesmo não o amando mais. Mesmo não permitindo que você se aproxime de mim. A sua presença ainda que distante faz estragos contínuos em meu coração. Porque eu sou uma fraca que não consegue se abrir de novo para o amor. Porque o amor que eu tinha já acabou. Porque eu não sou capaz de retribuir. Porque sempre que alguém se aproxima muito, eu me afasto. Porque eu não me importo em conhecer o seu novo rastro.
Se pelo menos, aproximando-me de você, eu pudesse apagar essa dor que me devora. Se pelo menos, o seu abraço me devolvesse todo o carinho que um dia eu te dei. Se pelo menos, você fosse capaz de me devolver o brilho no meu olhar que tanto o encantava. Se pelo menos eu acreditasse que naquele tempo, você me amava. Se eu acreditasse uma única vez que fui feliz. Se eu confiasse em mim novamente e me permitisse tentar. Não com você, pois o meu amor por você foi diluído com fogo e brasa. Mas, se eu pudesse amar novamente. Se eu pudesse sentir, pelo menos uma vez.
Sentir tudo ao mesmo tempo, sabe, mas pela pessoa certa dessa vez. Abraçar alguém que se encontre em meus abraços. Despir-me para alguém sem nenhum embaraço. Beijar e sentir que a sensação é especial. Entregar-me como se fosse meu último momento de prazer. Sentir tudo ao mesmo tempo, sabe, mas não por você. Sentir que eu posso amar novamente e ser correspondida. Sentir que eu encontrei o homem da minha vida. Sentir que posso ser feliz...
Eu não me importaria de morrer no dia seguinte. Eu não me importaria em interromper os meus sonhos. Se eu encontrasse esse infinito em mim, acredite, tudo valeria a pena. Se eu encontrasse esse infinito em mim por um único dia, por uma única noite apenas ou simplesmente por um instante... Sim, um instante de amor verdadeiro... Pelo menos uma vez... Eu morreria em paz e realizada. Eu morreria feliz, pois eu não buscaria mais nada. Morreria feliz em ver olhos lacrimosos que me amaram de verdade, mesmo que por um instante apenas... Eu teria encontrado o infinito em mim e o significado do amor. E eu diria para mim mesma emocionada: “Querida, a sua busca acabou”.

                                                                                                                                      Luciana Braga
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