Eu te vi no meio da plateia
e puxei a minha cadeira três vezes para a direita a fim de melhorar a sua
visão. Mas meu desejo era estar falando somente para ti. Contanto sobre os
gozos que guardei e sobre as estrelas que brilhavam em teus olhos. Meu desejo
era decorar teu sorriso. Parar o tempo no teu abraço e continuar sentindo teu
cheiro até agora.
De hoje em diante, terei
mais uma memória contigo. E eu queria ter o poder de vasculhar os teus
pensamentos e ler as entrelinhas que se escondem atrás dos teus vários
elogios... Eu escrevi teu nome, mas queria escrever sobre nós. Tive medo de ser
óbvia. Eu já fui e o tempo não foi gentil conosco.
Queria ter te encontrado
antes dela. Queria não viver de desejos incompletos. Quantas vezes eu te
abracei? Você percebeu? Eu poderia me perder em ti. Talvez eu tenha me perdido
e esteja ainda andando em círculos.
Você enxerga tantos talentos
em mim e eu só queria o poder de não me comover com tuas palavras... Eu deveria
não assistir a nenhum filme que você me indica, porque todos acabam me fazendo
lembrar você. E lembrar-me de você é a parte mais bonita, mas também a mais
triste.
Eu ainda ouço “Come Here”
pensando em você e em nossas viagens infinitas para casa. E eu sei que perdemos
tempo demais. Eu quis manter meu orgulho e me arrependi tanto.
Mas talvez você não gostasse
daquela minha versão mais inocente e menos politizada. Eu melhorei para mim e
alcancei teu olhar outra vez. Quero escrever a nossa história. Quero esquecer a
moralidade que me prende e me derramar toda em você.
