7.03.2018

O QUE CHAMAM DE AMOR



 
P/ Carol

Amor é uma pedra de aço que as pessoas prendem ao pé. Amor é aquilo que faz a muitos perder a fé. Engana-se quem pensa que ele é um fiel companheiro. Amor destrói edifícios humanos e os faz acreditar em pesadelos. Por amor mudamos os modos, a aparência e até o caminhar. Por amor a gente acredita que só existe uma pessoa e uma forma de amar.
Difícil aceitar que ele não seja tão inabalável quanto pensamos. É loucura acreditar que existe algo melhor do que o período em que julgamos que amamos. Amar, no entanto, é tão complexo que não ouso definir. Amar é querer junto mesmo depois de ameaçar fugir.
Amar é tão difícil e por egoísmo dizemos que o outro simplifica. Amar não deve trazer lágrimas. Se as trouxer uma vez; é melhor que não se repita. Amor é um negócio egoísta. Dizemos que amamos quando tomamos posse. Amor é como uma gripe incurável; a garganta melhora, mas ainda fica a tosse.
Dizer que sou a tua melhor escolha. Que não será feliz senão ao meu lado, é tão tolo e ingênuo. Lembre-se que amor também se pauta de passado. É bem verdade que quando julgamos que amamos nos esforçamos para fazer do presente um lugar melhor. Quem ama engole o choro. Quem ama finge nunca se sentir só.
Mas se mesmo depois dos sorrisos. Mesmo depois das calorosas lembranças. Forem embora os sonhos... Fugir de vez com as esperanças, não parece a decisão acertada a tomar. Amor não é uma menina de tranças. Amor tem maturidade. Ora, amor é aquele que não cansa. E não desiste de procurar a metade dividida por Zeus no início de tudo. Amor é o começo do caos. É o pesadelo. É sonho. É o que é.
Amor é o corpo da mulher se remexendo de prazer enquanto a tocam. Amor são as sementes enterradas a tempos e que de repente, no susto, brotam!
O que chamam de amor é uma quimera. Essa promessa de felicidade infinita não existe. Amor é para os fracos. Os fortes mesmo desistem antes que ele se aloje no coração. Amor é tão confundido com paixão. Dizem que amor é o gozo, mas que também é o aperto de mão.
Amor é redemoinho. Amor é chuva fininha. Amor é furacão. Amor é menino danado que corre pra junto do mar. Amor é deixar o outro ir sem pressa para vê-lo voltar. Amor é reconhecer que quando ele vai, alguém pode encontrá-lo também e pedir com dengo para ele ficar.
E se isso acontece, não devemos ser Iracema chorosa e sofrida ao pé da porta. Olhe e veja, o seu suposto amor já deu a volta. Levante-se e saia também. Deixe tudo acontecer novamente. Amor é coisa de louco, é coisa de doido, maluco varrido, demente. Mas só quem amou uma, duas, três, sete vezes, sabe o que se sente. Amor não nasce de repente. Nem mata por mais que você queira.
Amor não veste esse hábito. Pare de vê-lo como uma freira devota. Amor é desvario. Amor é tanto que nem sei dizer. O amor saiu e não sei quando ele vai tornar a aparecer. Não espere que ele retorne para viver. Seja mais você. Seja mais você!

Luciana Braga
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