3.24.2015

VOCÊ AINDA ME ATORMENTA




Calçada com minhas botas de combate. Vestindo minha armadura de ironia e indiferença. Coloco o sorriso do coringa em meu rosto e finjo que está tudo bem.
Mas, sempre que a lua cheia enche o céu, o mar molha meus pés suavemente, eu paro, eu penso na gente.
Caminhando meio sem direção, eu recuso um apoio, um ajuda, uma mão. Eu suplico que me deixem seguir sozinha. Já disse, a solidão é de origem minha.
Foram tantas batalhas que sangrei e retornei de cabeça erguida. Tantos anti-heróis massacraram meu coração, mas agora eu estou preparada para o que der e vier. É que às vezes fica difícil manter-se de pé...
Você me abraçava e beijava-me como se nunca fosse capaz de me deixar. Você me prometia uma vida e levou o que havia de melhor em mim. Eu dei todas as chances que meu coração ordenou, mas percebi que você, de fato, nunca me amou...
Ouço aquela canção em minha mente e tenho medo de dar vida às notas musicais. Depois de você, todos foram incapazes de me fazer sentir...
Olho a nossa foto antiga e uma lágrima molha meu rosto ao perceber o quanto éramos felizes juntos... A gente se completava... Seu amor me bastava...

Por que não foi o bastante? Por que nada mais é como antes? Por que você disse que saltava se eu saltasse? Por que permitiu que um dia eu te amasse?

                                                                                                                               Luciana Braga
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