8.15.2014

UMA CARTA DE AMOR



Hoje eu acordei com vontade de te escrever uma carta, mas uma carta de verdade, como aquelas que eu vejo nos livros e filmes, uma carta sobre nós. Hoje eu acordei com vontade de ouvir a sua voz. Eu acordei com vontade de diminuir essa distância entre nós. Mas, nem tudo o que desejamos em sonhos, na realidade é possível se realizar. Eu acordei com vontade de te dizer que foi de repente que eu comecei a te amar.
Isso tudo é espantoso, eu sei. Nem eu mesma percebi. O fato é que esse sentimento surgiu dentro de mim e eu já não sou capaz de esconder. Todos me dizem que eu combino com você e eu desconfio que só você é que ainda não foi capaz de enxergar. O meu suplício atual é estar tão perto e não poder te abraçar.
Não sei se você já percebeu, mas eu sempre me despeço de maneira rápida e tempestiva. É que me controlo para não me perder no silêncio do teu olhar. É difícil demais ter amor e não se declarar...
Então, eu estou escrevendo esta carta que eu sei que não terei coragem de entregar. Escrevo para me libertar... Escrevo para depois apagar. Escrevo mesmo sabendo que as palavras são tão limitadas. Escrevo sentindo o frio da madrugada. Escrevo com vontade de dar poder às palavras. Penso em tudo e sinto que não escrevo nada. Palavras são sempre frias se comparadas ao calor de uma paixão. Palavras não são capazes de penetrar no coração. Mas, se você deixar, eu pego bem forte a tua mão e te ajudo a encontrar o sentido de tudo isso. As palavras são meu refúgio e meu suplício. Quando estou longe de ti, sinto-me à beira de um precipício, mas eu sei que não tenho coragem de pular. Assim como não tenho coragem de finalmente me declarar.
Confesso que já não saio na rua sem a expectativa de te encontrar por acaso. Já não durmo sem que o seu rosto surja de repente em meu pensamento. Eu queria que minha voz te perseguisse como o vento. E queria que você sentisse vontade de também me encontrar... Ah! É um suplício de repente se apaixonar... É um suplício ter amor e não poder demonstrar. É como chegar perto do mar e não poder sentir a água salgada entre os dedos dos pés.  Tão perto e tão longe é difícil crer. Explica-me como eu de repente comecei a amar você? Explica-me se também sente o coração acelerar. Diga-me como faço para te reencontrar.  Deixe-me penetrar no silêncio do teu olhar. Já não sei o que faço para te esquecer. Aliás, sinto que se eu me esquecesse, rapidamente me arrependeria; pois não se esquece de um amor puro e repleto de magia.
Eu sei que nós somos tão diferentes e tão iguais. Sei que te conquistar é um desafio complicado, mas sou capaz. E quem sabe, se eu estiver do seu lado, você perceba que eu também posso estar dentro de você. É difícil demais amar sem que o outro possa perceber. É difícil te enxergar enquanto você ainda não me vê.

  Luciana Braga
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