Sentiria saudade dos carinhos da minha irmã
Levaria no peito a marca profunda do amor da minha mãe
Só não sentiria falta dos mentirosos que conheci
Se eu morresse amanhã...
Sentiria saudade dos beijos ardentes e das lembranças
infantis
Levaria no peito toda a minha história e todo o drama
Só não diria que fui completamente infeliz
Pois se eu morresse amanhã, apagaria a chama...
Sentiria saudade das noites frias e dos abraços apertados
Levaria na mente todas as lembranças dos seus olhos a me
observarem
Só não diria que vivi muito para amá-lo
Se eu morresse amanhã, será que ainda iria recordar?
Não gostaria de choro nem de orações vazias
Não ficaria tranquila em saber que alguém se matou por mim
Ao invés disso, lembre-se que toda história, mesmo linda
Tem um início, um meio, mas também tem um fim.
Não me sentiria honrada com homenagens tardias
Se me amam de verdade, demonstrem agora!
Eu me entristeceria profundamente se nesse dia
Nascesse um amor que não existe nessa hora.
Se eu morresse amanhã, a minha poesia ficaria
Nos corações daqueles que eu conquistei
Não chorem! Guardem suas lágrimas.
Se eu morresse amanhã, diria “eu me libertei!”
Eu me libertaria de todas as dores e me livraria de todo o
sofrimento
Esqueceria as agonias que se amenizaram com o tempo
Meu peito pararia, mas os meus lábios esboçariam um último
sorriso
Se eu morresse amanhã, será que estaria no paraíso?
As dúvidas ainda me dominam, um “se” é tão questionável
Se eu morresse amanhã, queria morrer em teus braços
Querido, que me conquistou com seu jeito amável.
Se eu morresse amanhã, cortarias os nossos laços?
Mesmo assim, eu queria te dar um último adeus
Dizer que a vida sempre é curta para quem ama
Declarar que meus carinhos sempre foram seus
Se eu morresse amanhã, queria morrer em nossa cama.
Se eu morresse amanhã, sentiria falta do teu perfume
E as suas palavras seriam as últimas da minha existência
Quero que saibas que nada resume
A sensação de te abraçar e a dor da carência.
Se eu morresse amanhã, iria me libertar da vida
Mas, a minha alma ficaria eternamente presa a ti
Se eu morrer, escrevam em minha lápide, amigos:
“Foi poeta, viveu, ensinou a viver e amou até o fim!”
Luciana Braga
