5.05.2013

TRISTEZA




Há dias em que eu simplesmente choro. As lágrimas caem do meu rosto sem um motivo aparente. Resolvo sair de casa e percebo que todos estão sorrindo a minha volta. Será que eu sou a única criatura infeliz da face da Terra?
Que blasfêmia, eu não sou infeliz. Eu só estou triste e cansada. Há tantas pessoas passando fome e sentindo frio nesse momento e estão dormindo nas calçadas imundas dessa nossa cidade injusta.
Contudo, eu também sinto fome, mas o meu alimento é a verdade que eu busco em Deus e ele me pede para ter paciência com os homens, mas eu não consigo. Perdoar é tão difícil, Senhor! Como posso perdoar àqueles que dilaceraram a minha pele sem dó nem piedade? Como posso perdoar àqueles que continuam rindo às minhas custas? Como perdoá-los se eles não se arrependeram do mal que me causaram?
Eu também sinto frio. Sinto falta de um abraço materno antes de dormir. Sinto falta de um carinho da pessoa amada. Sinto falta do calor da madrugada. Sinto falta de acordar e ter motivo para sorrir.
Eu me sinto sozinha e alguém me pede para sorrir. Mas, a solidão consome o meu ser e cerra os meus lábios.  Eu não estou conseguindo me libertar dessa tristeza que me persegue. O que devo fazer?
Ele me fala: “Pare de buscar a felicidade nos outros! Ela não existe nos outros! Ela nasce e cresce dentro de você! É só querer e ela sairá livre como um sorriso infantil”.
E ele me diz que em algum lugar oculto, alguém diz ao pé do ouvido da pessoa amada: EU TE AMO... E isso é tudo... E isso é mais... E isso é capaz de devolvê-la o sorriso.
Então eu sinto que talvez eu chore por isso, porque não tenho essa sorte. Porque eu busco a morte enquanto os outros aproveitam a vida. Choro porque não consegui curar as minhas feridas. Choro porque não aprendi a ir além. Choro porque, às vezes, duvido da força que Deus tem para me devolver o sentido da minha existência.
Choro porque sou fraca demais para limpar as minhas lágrimas. Mas, Deus é bom e me mostrou você. Ele é bom e fez você se aproximar. Você é bom e não cansa de me abraçar. E o seu abraço me devolve aos poucos o meu sorriso. E os seus beijos me afastam do precipício. E as suas mãos entrelaçadas às minhas devolvem-me a segurança que um dia eu perdi quando a primeira lágrima caiu.

                                                                                                                             Luciana Braga
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