Nada como um dia após o outro.
Nada como um novo pensamento. Nada como parar para pensar e perceber que de
nada adiante sofrer. E daí que você tinha dito que ia ser para sempre!? Eu
nunca acreditei em “para sempre” mesmo. Lamento ter chorado por você. Lamento
mesmo do fundo da minha alma ter desejado não o esquecer jamais.
A vida nos ensina dia após dia e
são as pessoas que nos machucam que nos promovem o maior dos ensinamentos. Nada
como tentar se erguer e descobrir que é capaz. Nada como saber que sei viver,
apesar da falta que você me faz.
Foi você mesmo que pediu que eu
esquecesse seu nome, seu rosto, seu endereço e tudo o que se referisse a você.
Tudo bem. Está tudo bem agora. Eu sempre me julguei forte, apesar desse ar de
fada. As princesas também podem surpreender. Será que um dia você pensou nisso?
Aquelas palavras ainda me
machucam muito, mas é como se eu tivesse pisado em um pequeno “caco de vidro”.
Ele dói, fere, mas é pequeno demais para me matar. Então eu ando e apesar de
ele doer, eu resisto. Até que eu crio coragem e o arranco de uma vez. É bem
verdade que ele deixa uma cicatriz, mas é tão pequena. Sinto que sou capaz de
superar. Eu sempre supero.
Você me disse um dia que não
precisava de mais nada para ser feliz. O meu perfume o inebriava e isso era o
bastante para compor a sua felicidade. Contudo, eu sou diferente e sempre quis
mais. Desculpa se não fui tão hipócrita quanto você desejava que eu fosse. É
que eu ainda não aprendi a fingir.
Há pessoas que se conformam com
uma vida de fingimentos, mentira e ilusão. Eu não sou assim. Desculpa, mas sou
egoísta demais para desejar apenas que o outro seja feliz. O que me interessa
realmente é a grandiosidade do meu sorriso, a plenitude do meu amor, a minha
realização pessoal e a minha felicidade.
Eu não sei dizer um “eu te amo”
se não for de verdade, se eu não sentir que ele me arrebenta a alma. Eu não sei
abraçar sem querer me tornar apenas um. Eu não sei gritar o seu nome, se eu
realmente não o quiser aqui junto a mim. Eu não sei escrever sem misturar as
minhas sensações e sofrimentos.
A dor sempre me inspirou mais que
o amor. Confesso que sou mesmo uma maluca inconformada e que talvez eu morra sozinha.
Mas, você quer mesmo saber o que eu acho disso tudo. Eu não estou me
importando. Eu sinceramente quero que todos vão para um lugar encantado e longe
de mim. Se for para dizer que me ama e depois deixar o meu coração em pedaços.
Não quero que digam jamais!
Sei que sou radical. E sou mesmo,
se deseja saber. O fato é que já estou cansada desses sentimentalismos tolos,
frios e indigestos. Estou farta de homens idiotas que fazem de tudo para me
conquistar e depois me abandonam. Eu não queria ser indelicada, mas quero que
todos se explodam com essas suas declarações sem sentimento.
A escrita me liberta. As palavras
me ultrapassam. As confissões limpam a minha alma. E de tudo isso só lamento
não ter conseguido sempre dizer tudo o que eu sinto no momento exato. Lamento
ser tão educada e silenciar. Mas, se você realmente fosse tão inteligente,
teria interpretado o meu silêncio. Teria entendido o meu olhar. Teria descoberto
que um dia eu iria te amar, mas não como as pessoas comuns. Eu iria te amar de
uma maneira sobre-humana. Eu iria me desvendar para você. Entretanto, você foi
imediatista e preferiu desistir. Muito antes do que eu pensei, você resolveu
desistir.
E finalmente, será que você
deseja saber o que eu acho disso tudo? Se desejar... Saiba que eu agradeço.
Sinceramente, eu aplaudo a sua fraqueza e agradeço por mais esse ensinamento
vital. E ainda acrescento que não há nada melhor que descobrir prematuramente
um erro. Nada como poder sair sem receio de quem vai encontrar no caminho. Nada
como se permitir. Nada como ser capaz de enxugar as lágrimas e seguir em
frente. Nada como saber usar a mente a nosso favor. Nada como descobrir de
repente que ainda somos capazes de buscar o amor.
Luciana Braga