1.30.2015

SONHANDO ACORDADA




Eu estava me sentindo tão sozinha. Todos haviam saído e eu fiquei com meus devaneios e minhas lembranças. A luz da manhã entrava disfarçadamente pela janela da sala. Quando eu abri a porta foi como se o dia desabrochasse para mim de repente com todo o seu mistério e sua indecisão.
Lembro-me que você parou bem em frente ao meu portão e me pediu uma informação que eu não soube dar porque estava encantada com o brilho do seu olhar... Um azul feito mar... Azul que me chamava para mergulhar e sem pensar, eu pulei.
Quando eu dei por mim, estava dentro do seu carro te mostrando toda a cidade. Não sei de onde tiramos tanta cumplicidade. Dois estranhos rindo como velhos amigos. Dois olhares que se cruzavam com um único pedido. Dois lábios que temiam o que o silêncio é capaz. Até hoje, não sei como é que o amor faz...
A noite foi chegando e ainda estávamos caminhando bem junto ao mar. De repente nossos corpos pediram para se abraçar e as batidas do nosso coração confundiram ainda mais o meu pensamento. Não sei o que aconteceu naquele exato momento. Quando dei por mim, já estávamos no meio de um longo beijo sem explicação. Quando dei por mim, você apertou bem forte a minha mão e me disse que eu era a linha de chegada da corrida da sua vida.

O momento da despedida foi o mais cruel. Você estava novamente na frente do meu portão. Você apertou bem forte a minha mão e me disse que se era um sonho, não queria jamais acordar, mas eu acordei e vi que chovia lá fora e dentro de mim. Era sonho e tinha chegado ao fim.

                                                                                                                                Luciana Braga
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