5.24.2014

INDAGAÇÕES



Como explicar uma chama que surge de repente dentro do peito?
Como descobrir que o amor percorre caminhos tão estreitos?
Como caminhar sozinha sem alguém para segurar docemente a minha mão?
Como percorrer de uma hora para outra o labirinto confuso que é o meu coração?

Como te olhar nos olhos e confessar que eu nunca soube o que é o amor?
Como descrever a sensação que havia em minha mente e que aos poucos se acabou?
Como fugir de mim mesma se minha memória ainda me confunde a cada instante?
Como pedir para você me amar apesar de tudo, amar-me de uma forma louca, delirante?

Como relembrar nossa história se ela ainda vive forte e quente dentro de mim?
Como jurar que está perto, se eu sinto você tão longe e consigo ver o princípio do fim?
Como olhar para a lua e ainda me sentir abençoada pela força do amor?
Como vou sair na rua e enxergar as lágrimas em seus olhos e seus lábios balbuciando: acabou?

Como quer que eu entenda que o infinito não dura sequer o tempo que eu imaginei?
Como esquecer nossos momentos se foi em seus braços que, sem recusa, eu me entreguei?
Como resgatar nosso tempo antigo e construir de novo nosso lindo e perfeito conto de fada?
Como explicar para mim mesma que não existe pote de ouro nem prêmio no fim da estrada?

Como olhar em seus olhos e dizer que mesmo sendo louca eu quero tentar a cada dia?
Como aguentar seu forte abraço, sorrir seu sorriso e desfrutar da sua simples alegria?
Como viver sem me entender, se eu sempre soube que sou confusa assim?
Como viver sem querer morrer, se algum dia eu conseguir tirar você de perto de mim?

Luciana Braga


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