4.02.2014

HOJE



Eu acordei com tanta vontade de sair de casa e encontrar a todos que eu amo. Eu havia planejado tudo, mas o destino foi tão ruim comigo. Não sabemos exatamente quanto tempo temos de vida, mas sabemos que cada instante é um grande imprevisto.
Senti um calor inusitado por fora e um frio por dentro. Oh, Deus, como é ruim se sentir frágil! Quisera eu ser sempre firme como uma rocha, mas até ela amolece com o toque do mar, segundo dizem...
Dizem tanta coisa e eu sou tão pequenina e tenho medo de tudo o que dizem. Já ouvi que meus problemas de saúde são graves e tenho medo de morrer sem ter dito um “eu te amo” antes de partir. Já ouvi tanto a meu respeito e continuo sem me conhecer completamente. Odeio quem pensa que ler meus olhos, meu corpo e minha mente. Odeio quem me trata como criança. Odeio quando perco a esperança e odeio ter que voltar tonta para casa quando continuo com medo de cair. Eu odeio meus medos. Eu odeio sentir...
Quando eu pisei na rua, não era rua; era um casco de tartaruga gigante se movendo estranhamente rápido. Olhei ao redor e tive medo de cair, mas eu apertei meus livros contra o peito e pensei neles caindo na rua molhada e permaneci de pé. Eu sou assim, penso mais nos outros que em mim e sinto que poucos pensam realmente em mim.
Se eu morresse durante essa noite, morreria triste, porque não senti sua mão em meu rosto. Não senti seu abraço estralando meus ossos. Não senti seus lábios nos meus. Não ouvi sua voz em meu ouvido. Não disse que minha vida sem você perdeu o sentido. Nem disse que quando ouço a sua voz, não sinto dor.
Não posso morrer essa noite porque preciso te olhar nos olhos e dizer que você é o meu amor. Não posso morrer antes de te entregar o poema que eu fiz para você. Não posso morrer nem te esquecer. Não posso partir sem te encontrar. Não posso terminar sem ter começado a viver. Não posso ficar sem você nem você pode ficar sem mim.
Estou triste, eu sei. Sou dramática, eu também sei, okay? Mas, em dias como esse, eu fico assim. Não quero remédios. Não quero médicos. Não quero ficar sozinha. Eu só quero que diminua essa distância que há entre nós e eu quero te abraçar. Eternamente te abraçar.

Luciana Braga


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