Todos os dias, eu esperava a hora
em que ele iria passar. Cada minuto é importante para quem ama e pouco para
quem quer estar sempre perto. Sempre
achei que bastava um momento certo e nossas vidas se tornariam uma só. Mas, a
vida nos apresenta cada nó que é impossível desatar...
Não importava se ele não iria
olhar para mim. Sempre acreditei que o amor é mesmo assim. A gente dá muito e
quase não recebe nada em troca, mas continua vivendo e vendo os outros sendo
felizes a nossa volta.
Vê-lo passar era um prazer que
nunca irei conseguir descrever. Ele caminhava com passos lentos. Era bom,
prolongava o momento. Enquanto ele passava, cada sentimento revirava dentro de
mim. E eu achando que sempre iria ser assim. Achando que nunca iria amar outra
vez. Achando que tudo o que ele me fez sentir era obra do destino que sempre
deu um jeito de trazê-lo para o meu caminho.
O tempo passa e não consigo
esquecê-lo jamais. Sempre que eu passo naquela rua, vejo um filme sendo
reproduzido em minha frente...
Vejo-o andando de skate, ou
melhor, caindo de skate. Ouço seu riso, sua voz e seu cheiro exala. Revejo tudo
e não consigo entender nada... Foi medo de um “não” ou foi medo de viver?
Hoje novamente ouço o seu nome. E
feito uma maldição, você surge outra vez. Mas, agora eu já não sinto aqueles
calafrios. Já não sento na calçada esperando você passar. Já não espero
ansiosamente pelo dia em que você irá me amar. Já não imagino planos mirabolantes
para te conquistar. Já não rabisco o seu nome o tempo inteiro. Já penso em você
como um amor passageiro, embora tenha demorado para passar...
Luciana Braga
