Então você sai sem me dar um
abraço e um beijo. Sai batendo a porta como se eu fosse a única culpada pelos
seus erros. Você sai sem me dar um bom dia. Sai e eu fico aqui sozinha com toda
a agonia que é dar sem receber. Sai e nem me pergunta como eu estou me
sentindo. Sai como se fôssemos dois estranhos. Sai sem olhar para trás. Então,
meu Deus, nessas horas, o que é que a gente faz?
Sinto um aperto forte no coração.
Queria você aqui segurando a minha mão, mas você virou as costas e não quis
olhar para o meu rosto. Você é uma das pessoas que mais gosto, mas fazendo assim,
sinto que já não sou capaz...
Sei que não sou perfeita e admito
que às vezes erro feio, mas eu tenho a humildade de admitir e te abraçar. E
você? Como é que demonstra que para sempre irá me amar?
Eu quero um amor que me entenda e
me faça sorrir. Eu não quero alguém que se irrita com tudo e me deixa só. Eu
quero alguém que desfaça e não refaça os nós. Eu quero alguém que me rodopie
nos braços quando eu estiver tensa. Eu quero alguém que não me esqueça. Quero
alguém que não perca a cabeça sempre. Quero o impossível entre os homens...
Em momentos como esse, sinto que
é inevitável não desejar a solidão. É impossível não querer andar na contramão
da sociedade. De que adianta apenas parecer feliz?
Eu quero é um amor que me
transborde. Eu quero alguém que me note quando eu me deitar devagarinho no
canto da cama. Eu quero alguém que diga todos os dias sem eu precisar pedir: “Que
me amas! Que me amas e que me amas!”
Luciana Braga
