7.29.2013

POR CONTA PRÓPRIA




Por conta própria, finjo que ela está aqui ao meu lado. Por conta própria, eu me nego a esquecer. Não importa se em meus braços ela nunca mais descansará. Não importa se o gosto do seu beijo nunca irei provar. Ela foi e será a única que eu realmente amei e seria a única a qual eu realmente estava disposto a me entregar.
Eu a amo e em meus sonhos, o nosso amor pode finalmente acontecer. Eu a amo, mesmo que os nossos beijos se dissipem quando nasce o sol. Eu a amo, mesmo que ela jamais tenha sentido o que eu sinto com prazer. Eu a amo e meu corpo treme ao pensar. Eu a amo, embora saiba que é delírio continuar sofrendo assim por alguém que me esqueceu. Eu a amo, apesar e por tudo o que nos aconteceu. Eu a amo e nunca cansarei de amar.
Entretanto, a minha vida perdeu o sentido no dia em que ela disse que iria partir sem saber quando iria voltar. E enlouqueci de tanto esperar a sua volta que nunca aconteceu. Mas, dentro de mim ainda queima a chama de um amor que somente eu vivi. E os meus olhos perderam o brilho quando não mais viram os dela cuja função era me iluminar. E meus lábios ressecaram por causa da espera do beijo que nunca existiu e meus braços despencaram de tanto esperar o seu abraço de amor me encontrar.
Contudo, apesar da desilusão, da espera incessante e inútil, ainda a amo como se ela fosse o meu sol depois de uma longa tempestade. Contudo, um dia a gente cansa de buscar um sonho que só foi sonhado por nosso coração. Um dia a gente cansa de sobreviver e busca pôr um fim a essa dor infinita. E foi pensando em seus cabelos pretos como a noite e em sua pele alva como a luz que eu vi antes de minha morte que eu pedi perdão a Deus por desistir. Foi assim que eu pedi perdão por tanto amar. Foi assim que eu deixei de viver e pude ver, antes de meus olhos fecharem, o seu corpo de mim se aproximar.

                                                                                                            Luciana Braga
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