4.08.2013

ALÉM DA MORTE





Eu acordei chorando hoje pela manhã. Tive um sonho terrível, amor.  Sonhei que você não estava mais aqui para cuidar de mim, para me abraçar antes de dormir, para me encher de beijos ao acordar e para me fazer sentir... Hoje eu acordei e olhei para o lado da cama e não o vi, meu amor. De repente, eu me dei conta de que não era sonho, era realidade.
Faz cinco meses que você se foi e não sabe o quanto sinto a sua falta, amor. Como posso admirar o luar se não tenho os seus braços a me envolver? Como posso ir à praia para caminhar a beira mar se não for com você? Como posso sorrir se não vejo mais o seu sorriso a me contagiar? Como posso voltar a amar?
A vida sem você não tem graça, amor. Ensina-me a seguir em frente. Sinto que não consigo sozinha. Um dia você me disse que nunca me abandonaria... Então porque rompeu sua promessa, amor? As noites são tão longas sem a tua presença... Vem aquecer-me como antes, amor.
Ontem eu fiquei horas revendo as nossas fotografias. Revivi todos os nossos momentos juntos e confesso que chorei.
Quando eu ouço aquela música, amor... É impossível não me lembrar de você... Lembro-me que dançamos juntinhos na varanda da tua casa, amor. Lembro-me também do nosso primeiro beijo. Lembro de todo o nosso desejo para que tudo fosse perfeito. E foi, amor.
Você me ensinou tudo o que eu desejava aprender. Você surgiu de repente e a sua presença ficou gravada em mim. Nosso amor foi pleno e verdadeiro, mas agora você se foi e tudo chegou ao fim.
Então, eu me pego sozinha pensando em você. Tento diminuir a solidão. Tento tocar a nossa música no seu violão, mas eu nunca aprendi a tocar... Finalmente, só me resta chorar baixinho. Só me resta suplicar pelo seu carinho mesmo sabendo que você nunca mais virá outra vez.
Resta-me então desejar a morte. Clamar por essa sorte de ir ao teu encontro afinal.
Não adianta viver sozinha. Não faz sentido amar sem você. Por isso é que eu traço um plano infalível. Caminho em direção a um precipício e me atiro em seus braços pela última vez.
Enquanto eu caio... Sinto os seus braços a me envolver. Sinto os seus lábios a me reter. Sinto que posso eternizar o seu toque. Sinto que o nosso amor está vencendo a morte. Sinto que sou sua outra vez.

Luciana Braga
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