2.18.2013

VÊ-LO




Vê-lo e não poder abraçá-lo foi a maior tortura que o meu coração pôde aguentar. Seus olhos estavam brilhando em minha direção, meu coração batia forte, mas eu não podia correr e ir ao seu encontro. Não podia sentir o calor dos seus braços em um terno abraço. Não podia confessar-lhe que já não estou aguentando de tanta saudade. Não podia induzi-lo a ficar mais um pouquinho perto de mim. Não podia dizer-lhe que o nosso amor nunca chegou ao fim. Não podia beijá-lo como se fosse o meu último ato em vida.
Vê-lo e não poder contar como foi o meu dia. Vê-lo e não poder diminuir essa agonia. Vê-lo e não ter a chance de confessar que, às vezes, eu caminho sem destino pensando em te encontrar. Confessar que eu menti quando disse que não seria capaz de te amar. Confessar que chorei quando você se afastou de mim. Confessar que o seu cheiro nunca saiu do meu pensamento. Confessar que a sua presença era o meu maior alento. Confessar que não sou capaz de te esquecer.
Vê-lo e ter que fingir que não o vi. Vê-lo e ter que virar o rosto, mesmo querendo admirá-lo atentamente. Vê-lo e descobrir que essa visão jamais sairá da minha mente. Vê-lo e desejar eternizar o momento. Vê-lo e sentir duplicar esse sentimento. Vê-lo e perceber que muita coisa mudou entre nós. Vê-lo e não suportar essa distância que se instalou sem sentido. Vê-lo e sentir que a sua voz ainda existe em minha mente. Vê-lo e ter que sumir de repente. Vê-lo e ter que ir, mesmo desejando ficar ali para sempre, simplesmente para vê-lo.

Luciana Braga
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