Você estava tão perto, mas, ao mesmo tempo, tão
distante. Eu tive ganas de correr e o abraçar, mas fui obediente às suas
palavras e fingi que não o via. Mas, Deus sabe como foi difícil para mim.
Eu compreendo as suas razões e as respeito.
Contudo, não é possível me pedir para não sofrer. Seria um pedido tolo e
impossível de ser acatado.
Reconheço que errei com você. Errei não me afastando
desde o início. Mas, o coração não nos ensina o momento exato de parar e eu segui
em frente, porém tive medo de estar ocupando em seus pensamentos um lugar que
não me pertence.
Confesso que tive medo de machucá-lo ainda mais,
porém com isso, eu me sacrifiquei e me sacrifico a cada dia com a sua ausência.
Sinto falta do seu abraço e do jeito como você sorri. Sei que isso ainda não é
amor, mas não posso controlar.
Eu nunca entendi os meus pensamentos e as minhas
atitudes e nem estou pedindo que tente compreender. O fato é que eu
simplesmente sinto um vazio enorme com a sua distância.
É triste, mas eu já não sou mais criança e não sou
capaz de ser tão feliz. Compreenda, pelo menos que, às vezes, mas só em alguns
momentos em que ninguém estiver me observando, eu irei chorar baixinho.
Eu irei rever diversas vezes em minha mente a sua
imagem e me sentirei feliz assim, mesmo com tão pouco. Não se preocupe, pois eu
só quero que fique bem.
Mas, se um dia conseguir admitir a minha presença,
não relute em me chamar. Eu me aproximarei lentamente, com medo de ser mais um
truque da minha imaginação. Lentamente também tocarei em suas mãos e só quando
o abraçar e em seguida enxergar o brilho nos seus olhos é que irei acreditar
que o amor não é nada diante de dois corpos que souberam se unir com um simples
olhar.
Luciana Braga
