10.15.2012

DE REPENTE




De repente me bateu uma saudade daquele tempo em que tudo parecia tão complicado e obscuro aos meus olhos de adolescente apaixonada. Contudo, hoje reconheço que aquele tempo era claro, nítido e simples.
Eu não me preocupava com a hipocrisia humana nem com a falta de vergonha de muitos, eu só me preocupava com aquele menino da escola que sequer me olhava nos olhos.
Eu não morria de trabalhar por aqueles que sequer se importam com o meu bem estar. Eu simplesmente brincava. E as brincadeiras eram longas, divertidas, fantásticas e tão mais atraentes que a realidade...
Eu, por diversas vezes, perdi-me em meio aquelas brincadeiras. Eu era a donzela perdida em busca de amor e felicidade. Ele era o príncipe que salvava a minha vida com um simples beijo.
 Hoje eu sou aquela que rompe o silêncio da noite com imensos suspiros, sou aquela que chora sem saber o porquê. Sou aquela que ninguém nota, apesar de ver. Sou aquela que corre em busca de algum lugar. Sou aquela que acredita verdadeiramente em Deus. Sou aquela que não sabe bem o que procura, mas tenta fazer o certo. Sou aquela que ainda sofre de dor. Sou aquela que ainda procura o amor no vazio que é o coração de um homem.

                                                                                                                          Luciana Braga
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